segunda-feira, 15 de maio de 2006

Especial Segunda V

Homenagem ao Barão


Dia de festa em Inhangapi. E o Barão pra lá de emocionado. Por unanimidade, o coletivo dos Próceres Piscatórios da Nobiliarquia Geossaura do Afilhadismo (Pró-Pinga) decidiu outorgar-lhe a mais alta honraria: a medalha “Comendador do Malte e do Lúpulo”, pelo generoso incentivo a tão importante setor.

De olhos marejados, entre uma garrafa e outra, Barão fez um discurso memorável. Que a minha enlouquecida correspondente do Brejo News (sim, ela voltou!) me encaminha, entre dezenas de latinhas.

“É de partir o coração, comadre. Depois de tamanha emoção, precisei de umas vinte pra me acalmar” – tricota a pinguça – “Aí é que entendi a relevância da Pró-Pinga e a profundidade do pensamento do Barão”.

Presente à inebriante ocasião, conta a minha venenosa correspondente, a Barbie Princesa não se conteve e haja a debulhar-se em lágrimas. “Não sabia que ela gostava tanto, comadre. Pra mim, foi uma agradável surpresa... O que é a natureza humana!”.

El Rey, igualmente agraciado com importante título honorífico, bateu ponto na solenidade. Para também, entre um gole e outro, se emocionar com a estonteante verve do Barão.

De sorte que a Perereca resolveu transcrever a íntegra de discurso, como direi, embriagador. Com exclusividade para os leitores. Que, certamente, também admiram o desprendido trabalho da Pró-Pinga. E a dedicação do Barão à causa tão estratégica.


“Eu tenho um sonho”
by Barão de Inhangapi

“Eu tenho um sonho! Que se repete anos a fio em minha vida. O sonho que, um dia, Inhangapi não dormirá. E em cada esquina haverá um bar aberto. Com fregueses a confraternizar com policiais.

Sim, eu tenho um sonho! O sonho de que, em tais bares, os músicos poderemos tocar em paz! Sem a turba que nos hostiliza! A perguntar, muitas vezes, quem foi o mentiroso que nos convenceu de que sabemos cantar...

Eu tenho um sonho! O sonho de ver a Pró-Pinga a triunfar em cada pedacinho deste imenso Brejo. Para formar cadeias produtivas. A dividir, com cada sapo e perereca - em espécie! - a riqueza da sua produção.

Mais que uma escolha profissional, a escolha que os senhores e senhoras fizeram é uma escolha de vida. É a opção de servir ao público, na condição de soldados da Pró-Pinga. É defender a sociedade, mesmo que colocando em risco as próprias vidas! E isso sim é que é sacerdócio!

Mas tudo isso só acontece com amplitude, porque há um esforço coletivo. Da Administração e de todo o Brejo, a incentivar a nossa Pró-Pinga. Para que, ao olharmos pela janela, vejamos não o beco, mas todo o mundo a girar!

É chegada a hora, portanto, de resgatarmos esse cheque que passamos à Pró-Pinga. Não, simplesmente, pedirmos a conta. Mas lembrar, mais uma vez, de que somos cúmplices nesse projeto de um novo Inhangapi.

Para que possamos continuar a inverter cenários. E criar um efeito multiplicador. Com todos aqueles que comungam dessa sede – e ponha sede nisso! - que a água não consegue saciar.

Muito obrigado aos companheiros da Pró-Pinga, entre eles meu dileto Duzinho, seu presidente honorário. Tenham certeza de que essa é a honraria que todos sonhamos: a possibilidade de sermos reconhecidos pelos iguais”.

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