sábado, 8 de janeiro de 2011

O factóide da ocupação do Hangar e a sujeira que varremos pra debaixo do tapete.



Paulo Chaves sempre foi um sujeito insuportável.

E, também, um grandíssimo hipócrita.

Fala tanto em probidade, em “servir ao público”, etc&tal e, no entanto, quando era professor da Universidade Federal do Pará nem sequer aparecia para dar aula.

E quando aparecia, só fazia proselitismo. Até porque, me parece, não tinha nem noção do que deveria ensinar.

Sou testemunha disso – ninguém me disse, não: eu vivi isso na pele, como aluna de Comunicação Social, nos idos de 1985 ou 1986.

Paulo Chaves era, então, o pior pesadelo de qualquer aluno interessado realmente em aprender.

Hoje, apesar de tantos anos que se passaram, continua do mesmíssimo jeito: arrogante, prepotente, e sempre disposto a cometer o seu proselitismo de última, sempre à custa de dinheiro público.

Exemplo disso é essa “ocupação” do Hangar pela Polícia Militar, um factóide para vender, além de jornal, o próprio Paulo Chaves, como espécie de “Joana D’Arc no tucupi”.

O que Paulo Chaves quer, com a ajuda de alguns jornalistas que se tornaram meros assessores oficiosos do novo governo, é reescrever a História.

Como se fôssemos todos uns imbecis.

Aliás, para um fidedigno representante da elite da Borracha, devemos ser todos, mesmo, uns imbecis.

Ao transformar o Caso Hangar num mero factóide – como sempre, apenas para se promover –; ao partidarizar uma questão tão importante, Paulo Chaves presta um enorme desserviço à sociedade paraense.

(Mas por que ele se importaria com isso, né mermo? Afinal, o mundo dele é a “luminosa” Paris do século XVII...)

O que está em jogo nessa questão do Hangar não são “apenas” R$ 200 milhões – consideradas a enormidade que se gastou na construção daquele espaço e a grana que a gente não sabe onde foi parar, nesses três anos e meio.

É verdade: R$ 200 milhões dariam para um bocado de coisas, neste estado miserável que é o Pará.

Mas, infelizmente, a questão é ainda mais profunda.

O que está em jogo é o modelo de gestão através de Organizações Sociais (OS), em torno das quais o PSDB fechou questão – e que o PT, na prática, também referendou.

O que está em jogo é a própria existência dessas OS, como um mero instrumento de transgressão legal – logo por nós, que lutamos tanto pela Democracia...

O que está em jogo é o que fazemos muitas vezes da coisa pública, apenas para alcançar determinados objetivos partidários.

Não sei. Talvez eu esteja muito aquém ou muito além desse tempo.

Mas o fato é que ainda consigo me angustiar, quase que a me consumir, diante de questões como o Hangar.

Fico pensando no que se gastou no Hangar, durante a construção dele e depois.

E fico pensando nas escolas, nas estradas, nos postos de saúde, nos hospitais e na esperança que tudo isso poderia ter significado...

E fico pensando que, talvez, eu pudesse ter feito um pouco mais para impedir o que aconteceu ali...

E fico pensando que o Hangar não é um caso isolado: é a resultante de um modo de pensar o uso do dinheiro público e até a gestão da coisa pública.

Precisamos pensar o Hangar não apenas do ponto de vista do que foi a sua gestão, mas, também, a sua construção.

Precisamos pensar o caixa dois, a acumulação de recursos para as campanhas eleitorais.

É claro que nenhum de nós é a “Chapeuzinho Vermelho”.

Mas a verdade é que toda essa “coisa” já começa a feder demais.

Precisamos chamar o xerife, o Ministério Público, para passar o pente-fino em tudo isso, ainda que dolorosamente a todos nós – desde os primórdios do Hangar até a sua gestão.

É isso, ou seguiremos a tentar esconder uma sujeira que já não dá mais para esconder.

Com esses factóides miseráveis – mais miseráveis que devem andar os nossos corações...

A dona Maria e o seu José, definitivamente, não merecem toda essa imundície.

E logo de nós, tucanos e petistas – ou petistas e tucanos, como vocês preferirem – que tanto nos estapeamos por essa enorme honra de representá-los.

FUUUUIIIIIIII!!!!!!!!!   


Pra gente!


9 comentários:

Anônimo disse...

Ana Célia, quem és tu para falar em nome dos que "tanto defenderam a democracia". Qual tua militancia estudantil. sindical, partidária ou seja lá qual for. Tu não tens história nem nunca terás.

Anônimo disse...

Ana Célia,

Como sempre acerta em cheio!!

por isso que falo para meus pares que é uma excelente jornalista...

Para finalizar o CASO DO PAULO, lembrei alguns fatos da história que já li, voltando ao tempo da revolução russa e do nazismo ( e a afirmação no inconsciente coletivo do povo das grandes estátuas de seus lideres , e/ou símbolos como o do nazismo) , se o Paulo Chaves, e/ou Arquiteto do Rei fosse governador, poderia ter certeza que o cristo lá de Castanhal,e o menino de Jesus lá de Marituba seriam detonados, no lugar estariam uma estátua do Arquiteto do Rei... A vaidade é tanta que o mesmo quer se imortalizar como arquiteto do século no Pará... Um novo landi à tupiniquim. Porém, todos sabemos que não está com essa bola toda. Um grande erro do Simão ter escolhido, ele tinha outros intelectuais e /ou profissionais, porém o que esperar desses que gostam muitos de plumas.

um abraço,

JB

Vigilante disse...

Sem tirar nem por JB. Excelente comparação. A Vaidade e a soberba derrubam os homens e a história se encarrega de enterrar. Vigilante.

Anônimo disse...

Anonimo 11:11
Quem disse que precisa ser militante estudantil, sindical, partidária ou escambau a 4 pra defender a democracia? Os que estão aí tem tudo isso...e o que fazem? PN....
Quantos Zés e Marias....como eu....defendem a democracia sem precisar se sujar com essa política suja feita por partidos, sindicatos...
Parabéns Franssi....

Anônimo disse...

Ana, bem lembrado os tempos de universidade. também testemunhei a mediocridade do Paulo Chaves quando professor. Só posso dizer que é uma pena (um horror) tê-lo de volta a secult!

Anônimo disse...

Fico aqui pensando, esse Paulo Chaves "se acha" o maior arquiteto do Pará, mas o tempo que ficou fora do poder, alguém sabe de alguma grande obra sua? Ou algum grande projeto que a iniciativa privada se dispusesse a executar?
Claro que não. Com a chave do cofre e milhões a disposição fica fácil.

Ana Célia Pinheiro disse...

O pior, anônimo das 7:52 é que é verdade: ele só faz o que faz no serviço público.
No fundo, ele está é a tentar "comprar a eternidade" com o nosso suado dinheirinho.
Abs,
Ana Célia

Ana Célia Pinheiro disse...

Anônimo das 9:41 não vou publicar seu comentário porque são acusações muito, muito pesadas.

Mas gostaria de lhe perguntar se você tem provas dessas histórias do PC você mencionou. Ou, ao menos, testemunhas dispostas a abrir a boca.

Mande um e-mail (anaceliapinheiro@hotmail.com), se identifique e vamos marcar um encontro.

Mas cite no seu e-mail as histórias que você referiu, que é para eu ter certeza que se trata de você.

Fique certo que ninguém vai ficar sabendo a sua identidade, ok?

O mesmo vale para as testemunhas, se for o caso.

Mas preciso de documentos, ou, ao menos, do caminho das pedras.

Brigadão pela visita.
Ana Célia

Anônimo disse...

Respeito ao Paulo Chaves.

Aposto que ele não iria disparar essa baixaria sentimentalista contra você, Ana Célia.